Quais são os aditivos dos lubrificantes e suas funções?
Ainda falando sobre a composição do lubrificante, já explicamos sobre as bases, agora iremos conversar sobre o pacote de aditivos que fazem parte de um lubrificante moderno. Este tema produz muitas discussões, principalmente, devido à grande quantidade de produtos ofertados para serem adicionados diretamente ao motor.
Um lubrificante de alto desempenho possui em sua formulação mais de uma dezena de diferentes aditivos, estes podem ser divididos como responsáveis pela melhoria da propriedade física ou química do óleo e os aditivos que trabalham em regimes específicos de lubrificação.
Confira quais são esses aditivos e como trabalham dentro do motor ou transmissão.
Abaixador do Ponto de Fluidez
Permite que o lubrificante escorra em temperaturas muito baixas, interrompendo a formação de cristais e, com isso, melhor movimentação.
Melhorador do Índice de Viscosidade
Estes são polímeros responsáveis por transformar o lubrificante monoviscoso em multiviscoso. Outra característica importante desse aditivo é proporcionar viscosidade estável mesmo com grandes variações de temperatura.
Existem diversos tipos, e em lubrificantes de alta qualidade é imprescindível que seja formado por polímeros com boa resistência à ruptura.
Antiespumantes
Com a movimentação acelerada do óleo ou agitação de um sistema de transmissão, a tendência natural é a formação de bolhas de ar no óleo. A espuma altera a viscosidade e acelera a oxidação do óleo. Esse aditivo minimiza a formação de espuma reduzindo a tensão superficial das bolhas, ocasionando sua ruptura.
Inibidores de Corrosão
No interior do motor encontramos a condição ideal para a corrosão: altas temperaturas, água, ar e pressão. É por isso que os aditivos anticorrosivos são de vital importância para proteger as superfícies metálicas. Estes inibidores de corrosão formam uma película de proteção nas superfícies metálicas.
Inibidores de Oxidação
A oxidação é um processo natural em um lubrificante devido às condições a que está submetido. Antioxidantes foram projetados para prevenir o envelhecimento do óleo.
Detergentes e dispersantes
São os responsáveis pela limpeza do motor. O detergente atua impedindo que as impurezas do óleo sejam depositadas na placa metálica. Enquanto o dispersante evita o agrupamento da fuligem, ou seja, mantém a impureza de forma isolada e pequena, evitando o entupimento das galerias de óleo.
Modificadores de Fricção
Reduzem a fricção na superfície das peças em movimento e melhoram a Economia de Combustível. São compostos químicos essenciais nos lubrificantes modernos, possuem grande afinidade com os metais, atuando diretamente nas peças sob cargas.
Antidesgaste
O desgaste é a perda de material de uma superfície como o resultado do movimento relativo entre as peças. Este contato pode acontecer por diversos fatores, um deles, é por conta do choque entre os picos das superfícies. Nos componentes com alta rugosidade isto ocorre com maior frequência. Os aditivos antidesgate trabalham na formação do filme protetor (camadas químicas) sobre as peças, diminuindo o desgaste.
Extrema Pressão
Proporciona proteção às peças em contato sob condições altas cargas. Atua somente em regime de Lubrificação Limítrofe, onde a fricção é alta. Os agentes Extrema Pressão formam a “capa de sacrifício” sobre as superfícies metálicas.
Sistemas onde há o “contato” entre as peças, tais como: engrenagens e comando de válvulas. Quando ocorre o contato metal-metal será a “capa de sacrifício” que sofrerá desgaste e não os metais da base.
Observe que, em um motor ou transmissão, alguns componentes operam no regime limite de lubrificação e precisam do aditivo Extrema Pressão. Em outros componentes, a ação do Antidesgaste estará em evidência. Além desses, modificadores de atrito, inibidores de corrosão, detergentes e bases de ésteres estarão atuando na superfície metálica com objetivo de protegê-la enquanto os outros aditivos proporcionam os benefícios de durabilidade e rendimento do lubrificante.
De maneira geral, podemos afirmar que os aditivos “competem” pela superfície metálica e devem ser formulados para funcionar em perfeito equilíbrio químico, sob medida para que todos os componentes trabalhem de forma sinérgica. É por isso que tratando-se de lubrificantes não é possível ter um único para atender a todas as necessidades.