Intervalos de troca de óleo do motor

O óleo é uma peça vital de qualquer máquina. Ele é responsável, entre outras coisas, por reduzir o atrito e, assim, evitar o desgaste das peças. Descuidar da troca de óleo, usar um produto inferior ou incorreto tem resultado certo e complicado: consertos muito caros, tempo perdido e redução da vida útil do motor. Ele é o componente mais importante para que o motor funcione bem durante um longo período, mas que, muitas vezes, não recebe a importância devida.

Por isso, a dúvida sobre o intervalo ideal para realizar a troca do óleo de motor é recorrente e a resposta correta para essa pergunta é muito simples: é preciso obedecer as recomendações do fabricante do veículo, seja por tempo ou pela quilometragem rodada, lembrando que é fundamental utilizar o óleo com as especificações recomendadas no manual. Se a resposta para essa dúvida é tão simples, por que ela é tão comum entre os proprietários? No artigo abaixo, entenderemos mais a fundo o que acontece com o óleo à medida em que pilotamos a moto e aumentamos a quilometragem no odômetro. Esperamos sanar todas as suas dúvidas!

Seguir as recomendações do fabricante da moto

Primeiramente, é fundamental utilizar usar um óleo que se encaixe nas especificações da fabricante da moto e para o seu modelo específico. Lembrando que essas informações sempre estarão no manual do proprietário. Caso não o tenha, consulte uma oficina de confiança ou uma concessionária. Fique atento a alguns pontos importantes:

Grau de viscosidade: 10W30, 10W40, 15W50, 20W50

Em alguns casos, pode existir mais de uma opção de viscosidade indicado, consequentemente, mais opções para escolha. Utilize apenas a viscosidade recomendada pelo fabricante.

Nível API: API SL, API SM, API SN etc

Nunca abasteça com um óleo de API inferior ao recomendado. Por exemplo, se no manual está indicado API SM, utilize apenas API SM ou superior, como API SN.

Norma JASO: JASO MA, MA1 e MA2

Assim como para a API, só utilize norma JASO igual ou superior. Se o manual pede JASO MA, pode ser utilizado JASO MA1 e MA2, lembrando que a JASO MA2 oferece o melhor desempenho e controle para as embreagens.

Base ou óleo básico: mineral, semissintético ou sintético

Neste caso, vale a mesma regra dos tópicos anteriores: nunca escolha uma tecnologia abaixo da recomendada. Caso o fabricante exija um óleo mineral, fique tranquilo para utilizar esse ou fazer um upgrade para um semissintético ou sintético. Um bom exemplo desse upgrade é o nosso Motul 5000 4T 20W50, com a tecnologia HC-TECH, um semissintético API SL e JASO MA2 ideal para motos de baixa e média cilindrada que pedem óleo 20W50. A tecnologia está em constante evolução, dessa forma, é possível escolher o melhor para cada caso e para cada tipo de uso. A Motul sempre terá o melhor produto de acordo com a especificação do fabricante, com o tipo de moto e com a condição de uso (off-road, rodoviário, urbano ou pista).

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Outra recomendação importante que aparece em todos os manuais é checar com frequência o nível de óleo. Cada fabricante recomenda um intervalo para essas checagens, como, por exemplo, toda vez antes de pilotar. Para usos menos intensos e com a manutenção da moto em dia, checar uma vez por semana é o suficiente. Nunca rode com nível de óleo baixo ou alto demais e sempre cheque o nível dele com a moto nivelada em piso plano para evitar uma medição enganosa.

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Tempo ou quilometragem? O que acontecer primeiro!

Todo o manual do proprietário indica um prazo por tempo ou por quilometragem para a troca do óleo e ela deve ser feita assim que algum dos dois casos acontecer, sempre. Ou seja, mesmo que tenha rodado pouco, é necessário trocar o óleo caso chegue o vencimento por tempo. Pois, mesmo que a moto não tenha rodado muito, o óleo se degrada e perde as suas características. Isso ocorre mesmo que ele esteja parado no cárter, por conta da contaminação que ocorre pelo combustível, fuligem, ácidos e outras alterações geradas na combustão durante o funcionamento do motor. Esses contaminantes aceleram a degradação, mesmo que o óleo esteja sem uso. Além disso, o contato com o ar e a umidade presentes dentro do cárter, ajudam a acelerar sua oxidação e degradação. Quanto mais contaminantes, mais rápido o óleo perde suas características e não consegue mais exercer as funções necessárias no motor, como proteger contra corrosão e o desgaste, além de poder causar um aumento no consumo de combustível.

Durante o uso, o óleo sofrerá com outros fatores, como a variação de temperatura de trabalho, mais contaminação e grande esforço mecânico, que ocasionarão diversos fenômenos de degradação do óleo.

Altas temperaturas: fazem com que tudo aconteça mais rápido para o óleo, como aceleração de todas as consequências, e é uma das responsáveis para a formação de borra e verniz, prejudiciais a toda lubrificação.

Cisalhamento: enquanto faz seu trabalho, o óleo sofre com os esforços entre as peças em movimento do motor, anéis, pistões, camisas, virabrequim, engrenagens do câmbio e cames do comando no cabeçote, já que as moléculas se quebram e não exercem mais sua função.

Contaminação: um filtro de ar mal instalado, obstruído por poeira ou combustível adulterado, contribui com a entrada de contaminantes no motor e que podem atingir o óleo. Esses contaminantes aceleram o envelhecimento e atuam como um abrasivo, aumentando o desgaste do motor.

Quanto mais tempo o óleo trabalha, mais o óleo se contamina, mais ele é cisalhado e mais borra é formada. Chega-se a um ponto em que ele não possui mais a capacidade de lubrificar e desempenhar o seu papel. Portanto, precisa ser trocado. Vale lembrar que apenas completar com óleo novo, não é o ideal, pois, dessa forma, os contaminantes continuarão acumulados. Também é importante ressaltar que nos casos que houver filtro externo, este deve ser substituído a cada troca de óleo. Os filtros internos devem ser limpos conforme a recomendação do fabricante.

Afinal, por que cada moto possui um intervalo de troca diferente? Existem variações que vão desde 3.000 km ou 6 meses, até 12.000km ou um ano. Essa diferença se dá por conta do projeto da moto e da especificação do lubrificante. Em geral, por conta da sua tecnologia envolvida e o seu desempenho, um óleo sintético tende a ser recomendado para conseguir intervalos de troca mais longos, pois ele suporta temperaturas de trabalho mais altas, mais esforços mecânicos e níveis de contaminação mais altos. Quantidades maiores de óleo no cárter também ajudam. Se há mais óleo, a contaminação nesse cárter estará mais diluída se comparado à mesma quantidade de contaminação em um cárter pequeno que comporta menos óleo.

Por último e não menos importante, o intervalo deve ser observado de acordo com a condição de uso da motocicleta. Em geral, existe um plano de manutenção para uso normal e outro para uso urbano, sendo que para uso severo é normal que o intervalo seja reduzido pela metade.