Entenda a durabilidade do óleo do motor

A dúvida sobre a durabilidade do óleo do motor é comum entre os proprietários de veículos. Isso porque muitos fatores influenciam na degradação do óleo e não há um parâmetro único que determine o tempo ideal para trocar o óleo. O ideal seria quando ele atinge o máximo da vida útil, restando o mínimo de aditivos que o otimizam, minimizando assim os gastos de manutenção.

 

Porém, as variáveis de uso e o projeto do motor alteram o intervalo de troca de um veículo para outro. Por isso, muitas vezes, quando acontece a troca na manutenção preventiva, o óleo já está deteriorado e não garante mais a correta proteção do motor.

 

Mas, afinal, o que significa dizer que o óleo está degradado ou deteriorado?

 

O lubrificante é composto por um pacote de aditivos que complementam as características próprias do óleo básico para obter o desempenho adequado do lubrificante. Conforme o tempo de uso e a quilometragem rodada, os aditivos são “consumidos” e a capacidade do lubrificante de cumprir suas funções é diminuída. Isso pode favorecer o aparecimento de borra, verniz, desgaste prematuro, superaquecimento e outros danos ao motor.

 

Como já vimos em outros artigos e você deve saber, é muito importante realizar a manutenção preventiva do veículo. Então, agora, falaremos sobre como as condições de uso afetam o lubrificante do motor.

Fatores que interferem na durabilidade do óleo do motor

 

O projeto do motor é um fator determinante para o intervalo de troca do lubrificante, por isso, é responsabilidade do fabricante determinar quando substituir. No entanto, a indicação feita pela montadora prevê que, em casos específicos, esse lubrificante terá uma vida útil maior ou menor.

 

Os lubrificantes sofrem, principalmente, com três fatores de degradação:

 

  • Oxidação
  • Cisalhamento
  • Contaminação externa

 

Isso não quer dizer que um fator não contribua para o surgimento de outro, mas, basicamente podemos citar esses três fenômenos como influência direta na durabilidade do óleo do motor.

 

Oxidação

 

O processo de oxidação pode ter início por diferentes razões. O funcionamento em altas temperaturas favorece este processo, pois o oxigênio do ar atmosférico reage com o lubrificante, causando a degradação do óleo, tendência ao engrossamento do lubrificante e a corrosão. Além das altas temperaturas, a contaminação por água no óleo também acelera os efeitos da oxidação.

 

Cisalhamento

 

É o esforço de corte ao qual o lubrificante passa durante o processo de lubrificação. Há componentes no motor que impõem maior cisalhamento do que outros e a principal consequência deste esforço é a perda de viscosidade do lubrificante. Por isso, o uso de aditivos de qualidade permite viscosidade estável mesmo em condições de altas cargas.

 

Contaminação externa

 

É o principal motivo de degradação prematura do óleo, a contaminação pode ser proveniente do sistema de admissão de ar, sistema de arrefecimento ou sistema de injeção. Como este tema possui diversas variáveis e são os maiores causadores de danos imprevisíveis pela montadora, falaremos com mais detalhes sobre ele abaixo.

Contaminação no óleo

 

Separamos as contaminações que podem acontecer por três fatores:

 

1. Contaminação por combustível

 

O principal elemento contaminante do óleo é o combustível e isso acontece por conta da má combustão. Ou seja, o combustível que não é queimado na câmara de combustão entra em contato com o lubrificante.

 

A combustão incompleta pode acontecer por combustível adulterado; filtro de ar obstruído que dificulta a admissão de ar e interfere na relação ar/combustível; veículos que operam percursos curtos onde a maior parte do tempo o motor trabalhou com a temperatura abaixo do ideal; problemas com os cabos ou velas de ignição; bico injetor travado; alterações no projeto do motor...

 

Além de acelerar a degradação do óleo, a contaminação excessiva por combustível afeta a viscosidade do óleo, diminuindo-a devido a diluição de combustível.

 

2. Contaminação por água

 

Em casos de grande contaminação, a principal fonte é o sistema de arrefecimento, uma vez que quando a água é admitida através do coletor de admissão de ar muitas vezes, o calço hidráulico danifica o motor antes de uma contaminação progressiva no óleo.

 

A contaminação através do sistema de arrefecimento pode ser na região do trocador de calor, radiador de óleo ou juntas. Além disso, um combustível com alto teor de etanol e etanol de baixa qualidade também pode afetar a contaminação por água no óleo.

 

3. Contaminação através no sistema de admissão

 

A ausência do filtro de ar, filtro danificado, fora de especificação ou com baixa qualidade são fatores que permitem a entrada de poeira e materiais contaminantes que aceleram a degradação do óleo e agem como material abrasivo, causando riscos e desgastes em peças metálicas.

 

O que fazer?

 

Em casos de contaminações excessivas, a única solução é a substituição do lubrificante, pois embora contenha aditivos no óleo para resistir às contaminações, quando as condições forem extremas ou em caso de defeito mecânico, o óleo será o primeiro a sofrer com o ataque químico.

 

Não ignore a revisão geral do veículo. Itens como filtros de ar, combustível, velas de ignição e outros devem ser verificados de acordo com a manutenção programada para o veículo.

 

Verifique no manual do fabricante do veículo o plano de manutenção preventiva e as condições severas previstas pela montadora que diminuem a vida útil do óleo. Mesmo quando o veículo roda poucos quilômetros deve ser levado em consideração o intervalo de tempo, já que uma vez dentro do motor o lubrificante está sujeito aos ataques químicos que foram admitidos durante o uso do veículo.

 

Use lubrificantes de qualidade que promovam maior proteção, mesmo em condições severas, e fique atento quanto ao combustível abastecido. Fazer a troca do óleo e acompanhar o gasto é uma atitude que promove a segurança.

 

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