Por que o óleo das motos dura menos do que dos carros?

 

Os lubrificantes em geral, aplicados em motores de carros ou motos, possuem funções variadas que precisam ser atendidas: desde redução de atrito, desgaste e temperatura de serviço, minimização de ruídos, vedação de espaços entre pistão e cilindro, oferecer propriedades de limpeza, neutralização de ácidos, diminuição de corrosão, dentre outras funcionalidades. 

 

Para conseguir atender todas as demandas em condições de trabalho distintas, o óleo precisa ser formulado e balanceado de acordo com o conjunto ao qual será aplicado, além de respeitar os critérios utilizados para recomendação de um produto por parte da montadora, isto é, a seleção do lubrificante correto para sua moto deve atender às especificações determinadas no manual do veículo. Isto porque o fabricante conhece o projeto, coeficientes de dilatação, ligas metálicas utilizadas, acabamentos superficiais e processos de fabricação, folgas, interferências, além das temperaturas/rotações de trabalho e condições críticas.  

 

Para que o óleo utilizado no motor de sua moto cumpra com todas as funções de desempenho e proteção esperadas, deve atender à: 

 

- Tecnologia do óleo básico: A tecnologia do óleo básico deve satisfazer ou exceder ao apontado pela montadora (mineral, semissintético ou sintético). 

 

- Grau de viscosidade: Deve-se respeitar a viscosidade ou alternativas que são indicadas no manual. 

 

- Nível API: Necessita atender ou superar o nível API exigido. 

 

- Norma JASO: Assim como API, deve-se aplicar somente norma JASO igual ou superior ao indicado no manual. A especificação JASO T903 é comum para lubrificantes de moto devido à uma solução comum utilizada em diversos modelos: o compartilhamento de lubrificante para sistemas distintos. 

 

O que muda da moto para o carro?

 

  1. Sistemas compartilhados 

 

Enquanto os veículos 4 rodas costumam utilizar um lubrificante específico para motor e outro com perfil diferente para o conjunto de transmissão, grande parte da frota de motocicletas conta com óleo compartilhado entre o motor, câmbio e embreagem. A demanda dos lubrificantes de moto para atender os três conjuntos (motor, caixa de marchas e embreagem úmida) muda completamente sua formulação! 

 

Óleos para motores de carro tendem a apresentar baixa viscosidade e contam com aditivos para redução de fricção, a fim de atingir as metas de economia de combustível. 

 

Já os óleos de motos demandam aditivos que permitam o deslizamento controlado dos discos de embreagem, já que a embreagem deslizando/patinando causa superaquecimento e por outro lado a alta fricção desequilibrada gera condução desconfortável. 

 

Para caracterização da fricção da embreagem úmida, é utilizada a norma JASO para orientação do lubrificante adequado a sua moto, a fim de garantir níveis de fricção eficazes em condições de arranque, aceleração e alta velocidade constante. 

 

  1. Temperaturas elevadas 

 

O sistema para resfriamento utilizando fluido de arrefecimento próprio no sistema é bastante popular dentre os carros, porém para alguns modelos de moto ainda é comum encontrarmos aqueles que contam com refrigeração por ar forçado.  

 

Nesta configuração a moto não possui radiador e bomba arrefecimento. O motor conta com aletas para aumentar a área de contato e ter o resfriamento através da troca de calor com o ar. Este tipo é bastante refém da velocidade da moto, que influencia consideravelmente o coeficiente de troca de calor. 

 

 

Refrigeração por líquido de arrefecimento 

 

 

 

Refrigeração a ar 

 

Apesar de comumente equipar motos de baixa e média cilindradas, motores refrigerados a ar também são encontrados em modelos de moto de competição (off-road) ou até mesmo alguns modelos de motos custom com motor bicilíndrico em V. 

 

Motos que contam com refrigeração a ar – adicionalmente às condições de anda e para dos trânsitos intensos, com fluxo de ar reduzido – sofrem bastante com altas temperaturas de trabalho, principalmente em dias quentes. O calor intenso tende a causar perda de viscosidade de alguns lubrificantes, afetando a eficiência de proteção contra desgaste, além de acelerar a oxidação do óleo. 

 

  1. Altas rotações 

 

As motos tendem a apresentar motores menores e mais leves, comparados aos carros. Apesar do tamanho trazer algumas limitações com relação à potência gerada, a redução de massa dos componentes permite maior rotação, proporcionando a potência adequada para cada modelo e tipo de uso. Para uma moto, o aumento de massa do motor é mais significativo percentualmente, comparado à veículos maiores. Deste modo, muitas montadoras optam por obter mais potência de um motor menor. 

 

Este movimento de downsizing – utilização de motores a combustão menores, com mesma ou maior potência – resulta em maiores rotações em motores de motocicletas. Desde motos de baixa cilindradas, de uso urbano, até superesportivas utilizadas em pista, é comum encontrarmos altas rotações (10.000 rpm ou até mesmo 20.000 rpm), enquanto a faixa limite dos painéis de carro não chega próximo. 

 

 

Painel modelo Ducati (esportiva) 

 

 

Painel modelo Honda (baixa cilindrada) 

 

A alta rotação adiciona às motos maior tensão aos componentes de motor, além de submeter o lubrificante a cargas de cisalhamento mais altas, contribuindo para maior desgaste e redução da viscosidade, respectivamente. O funcionamento do motor em altas rotações também aumenta a probabilidade de formação de espuma, dificultando a redução de temperatura e maior facilidade de oxidação, além de perda das propriedades lubrificantes. 

 

  1. Volume lubrificante 

 

O tamanho dos motores e outros conjuntos, como bomba, sistema de arrefecimento, etc. também é refletido no cárter/reservatório de óleo das motos, com dimensão inferior ao utilizado em carros. 

 

A menor quantidade de óleo circulando entre motor, caixa de câmbio e embreagem, contribui para maior exigência e desgaste do mesmo, já que as temperaturas de trabalho são elevadas e as reservas básicas e pacote de aditivos vão sendo consumidas, afetando sua capacidade lubrificante e durabilidade

Como saber o intervalo de troca da minha moto?

 

Além de escolher o lubrificante que atende todas as especificações exigidas para seu motor, é fundamental respeitar o intervalo de troca (apontado no manual da moto). O intervalo de troca indicado pelo fabricante é dado por quilometragem ou tempo. Isto se deve ao fato de, mesmo que a moto tenha sido pouco rodada, o óleo perde propriedades mesmo parado dentro do motor, já que contaminações geradas na combustão (por combustível, fuligem, ácidos, etc.) e até mesmo o contato com ar e umidade, ajudam a acelerar sua oxidação e degradação. 

 

Seja por quilometragem ou por tempo – o que for atingido primeiro – o intervalo de troca apontado no manual de sua moto deve ser sempre respeitado, já que, adicionalmente às características citadas particulares de um motor de moto, outros fatores podem reduzir a vida útil do óleo: Oxidação, cisalhamento, contaminação, dentre outros. 

 

O intervalo de troca recomendado no manual deve ser sempre consultado e utilizado como referência, porém o modo de uso comumente tende a reduzir o período entre uma troca e outra. 

 

O uso severo de uma moto – seja por uso rigoroso sob longos períodos de funcionamento e regimes de altas temperaturas e rotações, carga excessiva, condução constante em condições de tráfego intenso ou uso sob condições de muita poeira, lama e umidade – encurta a janela entre as trocas de lubrificante e torna ainda mais importante o acompanhamento frequente e revisões de acordo com cada modo de operação. 

Engine Clean Moto 

 

Serviços de revisão e manutenção preventiva são importantes para garantir que a moto mantenha bom desempenho durante a pilotagem, tanto em performance quanto em proteção. Para melhor cuidar de sua moto e restaurar os padrões que foram sendo agredidos de acordo com o uso e modo de utilização, alguns produtos com grande eficiência devem ser utilizados como item de revisão. 

 

O Engine Clean Moto é um aditivo para limpeza de motores 4 tempos de Motos, ATVs, UTVs, Jet Skis e Snowmobiles.  

 

Sua aplicação deve ser feita ANTES da troca de óleo. Adicione um frasco de Engine Clean Moto no reservatório/cárter ainda com óleo velho e deixe o motor em marcha lenta por 15 minutos (sem conduzir a motocicleta). Estes minutos são necessários para que o produto dissolva a sujeira do motor para que seja descartada juntamente com o lubrificante usado. Após este processo, drene o óleo e troque o filtro de óleo para seguir com a troca e abastecer com óleo novo. 

 

O uso do aditivo para flushing do motor restaura a compressão do motor, eliminando a borras, carbonização e vernizes. Protege o motor, além de manter o novo óleo limpo durante mais tempo.   Sua utilização permite: 

 

  • Reduzir o desgaste 
  • Reduzir o consumo de combustível e óleo 
  • Aumentar a compressão em todos os cilindros de maneira uniforme 
  • Diminuir a emissão de poluentes 
  • Remover depósitos, vernizes e outros resíduos de combustão de áreas delicadas como tuchos hidráulicos, saias dos pistões e canaletas dos anéis 
  • Obter o máximo benefício do óleo novo após a troca 
  • Aumentar a durabilidade do catalisador 

 

O uso regular de Engine Clean Moto durante as trocas de óleo do motor proporciona melhor limpeza antes de utilização do novo lubrificante, assegurando o prolongamento da vida útil do novo óleo. 

 

Para saber qual o melhor óleo para sua moto, consulte nosso Guia de Aplicação ou baixe o aplicativo Motul Expert na App Store ou Google Play